Em 1981, quando foi fundada a Escolinha de Arte livre, em Sertãozinho, educar através da Arte era ainda uma novidade ou até mesmo um absurdo para algumas pessoas, esta prática.
Essa metodologia surgiu de um movimento que partiu das ideias de um grande educador e filósofo Herbert Read (1893–1968) que opõe-se ao unilateralismo dos sistemas educacionais que cultivavam apenas o desenvolvimento das funções intelectuais, desprezando outras importantes como as emoções e as percepções. Read defendia a ideia de que a educação deveria fluir primeiro através dos sentidos, músculos, membros e só depois da faculdade de abstração. E propõe a Arte como um meio de desenvolver nas crianças as várias funções, possibilitando a elas uma educação global e harmoniosa.
As ideias de Read mobilizou educadores e psicólogos na Europa toda.
No Brasil a primeira renovação metodológica no campo da Educação, aconteceu através da Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro, que alterou o panorama do ensino da arte em diversas regiões do país, multiplicando as experiências na área da Arte e da Educação. Sua criação baseou-se no Movimento Escolinhas de Arte – MEA, que congrega diversas Escolinhas de Arte, dos anos 50 até a década de 80.
Esse movimento defendia o desenvolvimento da capacidade criadora da criança, da aprendizagem livre e do incentivo à expressão artística; vindo na contramão do ensino oficial de artes, quando as aulas de desenho geométrico e cópias de estampas eram oferecidas na escola primária e secundária com a finalidade de orientar o máximo a formação artística, adequando-a aos modelos e padrões vigentes.
Tomando conhecimento desse movimento, enquanto cursavam a Faculdade de Artes Plásticas, na década dos anos 70, suas fundadoras, Beatriz Chiaratti Canesin e Marli Aparecida Matioli e Maria Aparecida Zampieri, acreditaram que poderiam educar crianças através da arte. E esse entusiasmo foi essencial para juntarem forças e coragem e se prepararem para realizar o sonho, no qual acreditavam.
A elaboração do projeto da Escolinha de Arte Livre, foi marcado por sucessivas leituras e aquisição de conhecimento sobre a nova proposta educacional de arte-educação, além do curso de especialização em arte-educação.
A experiência prática sobre essa nova abordagem foi adquirida em trabalhos desenvolvidos com crianças na Escolinha de Arte do Museu de Ribeirão Preto, com grandes arte-educadoras, como, Ignes Bottura, Gilda Pedreira de Freitas e Terezinha Bonfá, que muito incentivou e as auxiliou na fundação de da escola.
Nasceu então, a Escolinha de Arte Livre de Sertãozinho, numa bucólica casa, abraçada por um velho tamarindeiro, na Rua Washington Luis, que não se contentou em trabalhar só com as crianças, mas em transmitir seus conhecimentos adquiridos a professores e interessados da cidade, inclusive, aos professores da rede pública, através de palestras e cursos de Arte-Educação.
Em 1984, a artista plástica Maria Ap. Zampieri afastou-se, ficando na sociedade Beatriz e Marli.
A filosofia pautada na Arte-educação, veio se enriquecendo ao longo dos anos, acompanhando as novas pesquisas e descobertas na área da Educação e hoje complementa seu trabalho com uma proposta Sócio Construtivista, utilizando projetos e ações que promovem o desenvolvimento intelectual das crianças, por meio de uma abordagem sistemática nas diferentes linguagens, levando-as a altos níveis de habilidades simbólicas e de criatividade, favorecendo assim uma base sólida para a construção da linguagem escrita e da matemática.
Depois de 22 anos de atividade, os pais queriam mais, surgiu um novo desafio: a criação do Ensino Fundamental, este veio dar continuidade ao trabalho realizado na Escolinha, graças a esse perfil pedagógico inovador, tornou-se um referencial no campo da Educação Infantil da cidade de Sertãozinho e região.
A Escolinha busca, assessoria com especialistas e em renomadas escolas com prática numa abordagem Sócio Construtivista, pois acredita numa escola que não só transmitisse conceitos, mas, também, que preparava os alunos para uma vivência equilibrada e criadora.
Nasceu o Colégio Arte Livre em 2001, com a 1ª série funcionando ainda no prédio da Escolinha de Arte, enquanto começava a construção do prédio do Colégio.
Em 2013, o Colégio de Arte Livre, passou a funcionar na sua sede própria, na Rua Guerino Giovanini, com salas de 1ª, 2ª e 3ª séries, com sete professoras, incluindo as áreas específicas de Arte, Música, Filosofia e Educação Física. Três coordenadoras nas áreas de Português/Matemática, História/Geografia e Ciências. Foi assim que o Colégio iniciou suas atividades, criando de forma progressiva uma série por ano.
A Educação Infantil permaneceu instalada no prédio na Washington Luis até 2013. A partir desse ano passou a funcionar no prédio do Colégio Arte Livre, ganhou um espaço cuidadosamente preparado, com uma biblioteca mais ampla, ateliê de arte, laboratório de informática com computadores conectados à internet, sala multimídia, laboratório de Ciências para fazer experimentos, playground e uma quadra poliesportiva coberta, para desenvolver inúmeras atividades.
Mesmo com nova estrutura e com uma proposta constantemente repensada e renovada, conseguiu manter o encanto, a alegria, enfim a “alma” da Escolinha de Arte, que transpira criatividade, alegria e imaginação, desde sua fundação, que sempre foi motivo de orgulho para a equipe da Educação Infantil.
Hoje, com grande número de alunos, professores e coordenadores capacitados e comprometidos, a Escola atende desde o Maternal ao 9° ano do Ensino Fundamental. O Colégio Arte Livre consolida sua presença na cidade de Sertãozinho, demonstrando maturidade profissional, fruto de uma proposta pedagógica séria e uma prática de aperfeiçoamento constante.
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